terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Nelson Mandela, Tolerância e o verdadeiro fim do mundo




Semana passada a humanidade perdia um dos maiores símbolos de tolerância, humildade e compaixão. Nelson Mandela deixava não somente o mundo, mas uma lição à todos que nele habitam.
A falta de respeito para com o próximo está por todos os lados, quando falamos de religião, sexo, ‘’raça’’, etnia e etc. Eu, particularmente, procuro ser tolerante para com as pessoas ao meu redor. O post anterior é sobre um padre e eu sou atéia, não o tratei como ele não merecia ser tratado. O respeito pela história de vida das outras pessoas ou simplesmente o respeito puro, que não precisa de títulos ou justificativas, você simplesmente respeita o próximo porque ele merece, assim como qualquer outro, é o que mais falta. E não é de agora não. Sempre faltou.

Este post nasceu de dois acontecimentos. O primeiro, já citei acima. Foi a morte de um homem que entregou todos os anos de sua vida para que pudéssemos caminhar lado a lado como iguais. Um homem que era de uma integridade absoluta e dispensa qualquer tipo de elogio. O nome Nelson Mandela já é sinônimo de admiração.  O Segundo motivo é tão triste quanto. Apesar de ter partido, Mandela deixou um legado e 95 anos de muito amor e luta. E a luta que veremos nas próximas linhas foi travada contra quem não pode se defender, contra quem foi abandonado (ou decidiu se abandonar), uma batalha egoísta, arrogante e que mostra que depois de 21 séculos de descobertas, de inovações e superações, o ser humano continua primitivo. 

No Facebook da Folha de São Paulo vi uma notícia que me deixou envergonhada. Moradores de uma praia de Florianópolis, Canasvieiras (guardem este nome), que se dizem classe A, que acham ter o direito de fazer aquilo que bem entendem porque ganham algumas centanas ou milhares de reais a mais que a população e que não utilizam do seu tempo para fazer coisas melhores como pensar, por exemplo, resolveram fazer uma passeata pedindo que os moradores de rua fossem removidos. Veja a matéria aqui.

Os cartazes diziam: “Não precisamos de mendigos: Fora!” e “Balneário Camboriú, para de jogar mendigos na nossa praia (que vergonha)”.

Eu é que estou sentindo vergonha neste exato momento!

A matéria expõe ainda que não se tratam de todos os moradores que apoiam este apartheid social e que, caso tivessem para onde ir, os mendigos não dormiriam na praia. Eu sempre critiquei o paternalismo e continuo com a mesma posição, mas não é radical minha opinião! Não concordo em darmos tudo de mão beijada, mas sou a favor de dar oportunidade para aqueles que não querem mais morar na rua fazerem por onde sair dessa situação. Sem passar a mão na cabeça de ninguém e sim dando oportunidade de trabalho e chance de estes moradores de rua se tornarem cidadãos como qualquer outro.

Pena saber que Mandela era só um enquanto estes idiotas egoístas se reproduzem como gremlins. Se você está lendo este texto agora, saiba que devemos nos unir a fim de coagir este tipo de atitude. Admirar Mandela não nos torna pessoas melhores. Nos comprometermos e nos manifestarmos para que injustiças não sejam feitas é que nos tornam pessoas melhores. Volto a bater naquela mesma tecla de que ciber-ativismo não funciona, não melhora nada. Propagar boas ideias é maravilhoso e melhor ainda se as realizarmos ao invés de apenas esperar.

O fim do mundo? Bom, o fim do mundo é saber que apesar de tudo o que conquistamos ainda nos falta conquistar o amor para com o próximo.

Como Mandela dizia: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.

Será que no futuro teremos outros Luther King’s e Mandelas? Será que a paixão por uma causa se perderá totalmente com o passar dos anos? Será que a tecnologia nos deixará tão preguiçosos e egoístas que não poderemos ver de verdade as pessoas que nos cercam?

De qualquer forma, agradeço ao Mandela por me ensinar muitas coisas na minha adolescência, não ouvi falar nele depois que ele se foi ou simplesmente percebi que era um nome de alguém que tinha feito algo que os outros admiravam. Ele mudou vidas dentro e fora do continente africano. Pra ele o meu obrigada. Enfim, livre. 

Um comentário:

  1. Pena que as pessoas que veem o mundo como um só, são pouquíssimas. É por isso que admiramos Mandela: ele foi uma pessoa diferente entre milhões que nunca fizeram nada para melhorar o mundo, sendo que a única coisa que precisamos fazer é respeitar um ao outro.

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