terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Nelson Mandela, Tolerância e o verdadeiro fim do mundo




Semana passada a humanidade perdia um dos maiores símbolos de tolerância, humildade e compaixão. Nelson Mandela deixava não somente o mundo, mas uma lição à todos que nele habitam.
A falta de respeito para com o próximo está por todos os lados, quando falamos de religião, sexo, ‘’raça’’, etnia e etc. Eu, particularmente, procuro ser tolerante para com as pessoas ao meu redor. O post anterior é sobre um padre e eu sou atéia, não o tratei como ele não merecia ser tratado. O respeito pela história de vida das outras pessoas ou simplesmente o respeito puro, que não precisa de títulos ou justificativas, você simplesmente respeita o próximo porque ele merece, assim como qualquer outro, é o que mais falta. E não é de agora não. Sempre faltou.

Este post nasceu de dois acontecimentos. O primeiro, já citei acima. Foi a morte de um homem que entregou todos os anos de sua vida para que pudéssemos caminhar lado a lado como iguais. Um homem que era de uma integridade absoluta e dispensa qualquer tipo de elogio. O nome Nelson Mandela já é sinônimo de admiração.  O Segundo motivo é tão triste quanto. Apesar de ter partido, Mandela deixou um legado e 95 anos de muito amor e luta. E a luta que veremos nas próximas linhas foi travada contra quem não pode se defender, contra quem foi abandonado (ou decidiu se abandonar), uma batalha egoísta, arrogante e que mostra que depois de 21 séculos de descobertas, de inovações e superações, o ser humano continua primitivo. 

No Facebook da Folha de São Paulo vi uma notícia que me deixou envergonhada. Moradores de uma praia de Florianópolis, Canasvieiras (guardem este nome), que se dizem classe A, que acham ter o direito de fazer aquilo que bem entendem porque ganham algumas centanas ou milhares de reais a mais que a população e que não utilizam do seu tempo para fazer coisas melhores como pensar, por exemplo, resolveram fazer uma passeata pedindo que os moradores de rua fossem removidos. Veja a matéria aqui.

Os cartazes diziam: “Não precisamos de mendigos: Fora!” e “Balneário Camboriú, para de jogar mendigos na nossa praia (que vergonha)”.

Eu é que estou sentindo vergonha neste exato momento!

A matéria expõe ainda que não se tratam de todos os moradores que apoiam este apartheid social e que, caso tivessem para onde ir, os mendigos não dormiriam na praia. Eu sempre critiquei o paternalismo e continuo com a mesma posição, mas não é radical minha opinião! Não concordo em darmos tudo de mão beijada, mas sou a favor de dar oportunidade para aqueles que não querem mais morar na rua fazerem por onde sair dessa situação. Sem passar a mão na cabeça de ninguém e sim dando oportunidade de trabalho e chance de estes moradores de rua se tornarem cidadãos como qualquer outro.

Pena saber que Mandela era só um enquanto estes idiotas egoístas se reproduzem como gremlins. Se você está lendo este texto agora, saiba que devemos nos unir a fim de coagir este tipo de atitude. Admirar Mandela não nos torna pessoas melhores. Nos comprometermos e nos manifestarmos para que injustiças não sejam feitas é que nos tornam pessoas melhores. Volto a bater naquela mesma tecla de que ciber-ativismo não funciona, não melhora nada. Propagar boas ideias é maravilhoso e melhor ainda se as realizarmos ao invés de apenas esperar.

O fim do mundo? Bom, o fim do mundo é saber que apesar de tudo o que conquistamos ainda nos falta conquistar o amor para com o próximo.

Como Mandela dizia: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.

Será que no futuro teremos outros Luther King’s e Mandelas? Será que a paixão por uma causa se perderá totalmente com o passar dos anos? Será que a tecnologia nos deixará tão preguiçosos e egoístas que não poderemos ver de verdade as pessoas que nos cercam?

De qualquer forma, agradeço ao Mandela por me ensinar muitas coisas na minha adolescência, não ouvi falar nele depois que ele se foi ou simplesmente percebi que era um nome de alguém que tinha feito algo que os outros admiravam. Ele mudou vidas dentro e fora do continente africano. Pra ele o meu obrigada. Enfim, livre. 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Quem veio primeiro: A moto ou a batina?

Reportagem-perfil - Trabalho para disciplina do curso de jornalismo na USJT 


O desejo de fazer algo pelo transito me levou a fazer a missa dos motoqueiros. Cada um vem do seu jeito, de caveira, tatuagem, da forma que quiser, desde que venha para fazer o bem

Repórter: Giovanna Prado

Colocou a jaqueta de couro, os óculos escuros no melhor estilo rock n’ roll, girou a chave, segurou a embreagem, girou o acelerador e... VRUUUUMMMMMMMMMM!!! Pombos saem voando para todos os lados, atordoados com o barulho... VRUUUUUUUMMMMMMM!!! Um rastro de fumaça e cheiro de óleo de motor tomam a frente da igreja. Água benta e um crucifixo para completar o visual do roqueiro, motoqueiro e... padre.

Todos de mãos dadas, olhos fechados. Do alto da torre direita San Gennaro acena para os fiéis em oração, que religiosamente fazem suas preces: Senhor, Deus da vida, que protegeis os que em Vós confiam, abençoai-me neste momento e também minha moto. Concedei-me mãos firmes, olhos atentos e muita cautela no trânsito, para que eu possa fazer uma boa viagem e chegar em paz ao meu destino. Livrai-me, Senhor, de acidentes: que eu não atropele, não fira e nem seja causa de morte para ninguém.

Não é somente o papa Francisco que traz ares moderninhos para a igreja Católica Apostólica Romana. Um canto toma conta da paróquia de San Gennaro Mártir, na Mooca, que completará em alguns meses 100 anos de existência. Um canto nada convencional, afinal, quantas vezes ao passar em frente a igreja ouvimos o padre cantando músicas do U2? Aliás, não deveria ser estranho, visto que a própria banda é declarada católica e já transformou o salmo 40 em pop/rock.

Os frequentadores mais antigos adoram os novos amigos barbudos, cabeludos, tatuados e headbangers que foram trazidos pelo padre Claudiomiro Bispo. Todos se acomodam no ambiente claro, cercado de estátuas de santos e velas. Capacetes colocados no altar, eles estão ansiosos para a procissão motorizada que percorrerá as ruas do bairro tipicamente italiano, ansiosos para ``manjar`` a deliciosa macarronada ao som de Beatles, Led Zeppelin e Rolling Stones e mais ansiosos ainda para viver em um mundo onde as pessoas não sejam mortas em acidentes de trânsito.

O pessoal sempre pergunta, o que veio primeiro: a moto ou ser padre? A resposta é rápida, A MOTO é claro! Nesse momento, quem responde já não é mais o padre, é o garoto nascido em Arapiraca, uma das principais cidades do interior de Alagoas, criado por  família religiosa e que acima de tudo ensinara o respeito para com todos, principalmente, para com os mais velhos. O sorriso  nos olhos indica saudade e a  certeza de que tudo valeu a pena.

Era um garoto normal, frequentava baladas, inclusive micaretas, namorava. Curtia música, de todos os tipos, sempre foi eclético, mas como todo mundo, tem seu xodó, sente o coração diferente quando ouve cada nota de uma boa e velha guitarra. Aproveitou bem a juventude, sem vício algum, sem exageros desnecessários, aproveitou na verdade o bom da vida, de fazer o que quer sem se destruir ou as pessoas a seu redor. Aos 19 anos, sentiu que havia chegado o momento em que deveria decidir, e não restou dúvidas de que nascera para padre, apesar da adrenalina ao sentir a velocidade do veículo de duas rodas, estava dividido em dois amores e sabia que não poderia abrir mão de nenhum dos dois.

Na Terra da Garoa, escolheu viver e ordenar-se, sem jamais deixar de ser quem  é. Afinal, Claudiomiro já existia antes da batina e depois dela, continuaria a existir em sua essência, não importa o que acontecesse, seria mais maduro, mas seria ele mesmo. A “motoca” o acompanhou nos anos de seminarista, mesmo que às escondidas, tinha duas paixões tão grandes, presentes como digitais, únicas, intransferíveis e que eram para sempre.

No dia 18 de março de 2006, se tornava oficialmente, o Padre Motoqueiro. Uma tarefa que não poderia ser fácil em uma religião com tradições de mais de dois mil anos, os mais conservadores o criticavam. Onde já se viu um padre de jaqueta de couro pilotando uma moto? Não demorou muito para que frequentadores de moto clubes, antes excluídos pelos demais fiéis, se sentissem a vontade para retomar suas atividades religiosas e lotar os bancos da casa de Deus, agora que tinham o apoio do pároco. Levou muito tempo até que todos sentassem lado a lado na igreja, na Paróquia Santa Margarida Maria, no bairro Vila Mariana. E o mesmo longo processo ocorreu quando fora transferido para a igreja de San Gennaro Mártir, em 2011. 

A comunidade mooquense ficou surpresa ao ver dezenas de caras barbadas carregando alimentos para doação e comovidos com as celebrações, não é sempre que se vê homens de 1,90, com roupas de taxinha e caveiras chorando ao ouvir o hino de Nossa Senhora Aparecida. As diversas obras sociais que já existiam, receberam uma ajuda extra dos rapazes das várias escuderias e tem atendido cada vez mais pessoas na região. O preconceito deu lugar à amizade. Uma lição que a bíblia tanto tentou transmitir para aquelas pessoas, finalmente possuía sentido e só pode ser aprendida na prática. Agora a frase era: Amai-vos uns aos outros, tatuados ou não, cabeludos ou não! Por que o normal é relativo, não é mesmo?

A bondade deve ser algo em comum, deve ser essa imagem e semelhança com o divino que tanto dizem, seja lá qual religião for. Os exemplos, não são de pessoas que se encaixam em tudo o que nos dizem ser certo, eles estão na forma com a qual lidamos com nossas vidas diariamente, nas nossas superações, na forma de encarar o que somos. A paixão por algo, não deve nos impedir de sermos livres e felizes. 

É agora, o ultimo domingo do mês, mais uma missa dos motociclistas está para ser celebrada. Poderia estar silencioso, mas o ronco dos motores acaba de acordar a vizinhança. A garotada toda sai correndo, com os olhos sonolentos e um sorriso estampado no rosto, muitos ainda de pijamas, segurando pelúcias e ignorando os gritos histéricos das mães lhes dizendo para voltar e tomar café ou então para colocarem uma blusa de frio. As pessoas se acumulam nas janelas, a banda toca o hino de San Gennaro, padroeiro do bairro. Do alto da torre, a benção, e VRUUUUUMMMMMMM!!! Lá se vai, novamente, o Padre Motoqueiro. 



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Pai, afasta de mim este comodismo





Quando não podíamos falar foi quando mais gritamos.

Quando não tínhamos voz foi quando mais falamos.

Quando não nos era direito o voto, nós desejamos, como uma criança deseja a chegada do Natal, com aquela esperança de que uma noite traga toda magia que a vida inteira não teve.
Quando éramos poucos, éramos unidos e movíamos o mundo que nos pertencia com tons e versos. Ah, Chico, afastamos o cálice, mas aprendemos apenas a reverberar poucas ideias velhas, ultrapassadas. Nos acomodamos em nossos sofás, no conforto de nossas casas caríssimas de conforto de terceiro mundo.

Como é feliz essa tal democracia, onde falamos o que queremos, para pessoas que não querem ouvir, muito menos pensar, menos ainda agir. Saímos às ruas por alguns dias, cantamos o hino, quebramos algumas lojas (fora capitalismo!), reclamamos do preço do videogame. Tomamos porrada, uns apaixonadamente, outros indiscriminadamente. Sufocamos não pelo spray de pimenta, sufocamos o nosso grito em meio a ignorância.
Falta sangue correndo nas veias, falta veracidade, falta coração. Falta escola, falta médico, falta professor, falta descência. Falta justiça, falta lei, sobra culpado.

Falta amor.

Falta dizer na reportagem que o verde e amarelo das árvores de Natal são homenagem ao país, não a Copa.

Não falta estádio, falta transporte. Não falta segurança em região nobre, falta asfalto.
E desde sempre, falta vergonha na cara.

Não sou canhota, nem destra, muito menos enamorada dos tempos da farda, aliás, me enamoro sim um pouco daquele tempo, mas se trata de nostalgia de um povo que não conheci, onde o governo era ruim como sempre, mas os jovens eram de ouro, ah! Os jovens eram verdadeiros guerreiros. 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ateísmo, José Mujica e a Sociedade Alternativa





Hoje vi a foto acima na página do Facebook Diz que segue as leis de Deus e achei interessante. Claro que, nem todos os cristãos são como o pastor da foto e nem todos os ateus são como o nosso querido Mujica. O que eu acho interessante é que, com o avanço das redes sociais, minorias como os agnósticos e ateus conseguem expor suas ideias e se juntar a fim de acabar com o mito de que todos são adoradores de satã. Ou seja, nem tudo é o que parece ser ou o que dizem ser. Até mesmo Aleister Crowley criou várias leis que se aplicadas poderiam tornar o mundo melhor. Talvez você reconheça este nome de uma música do Ozzy Osbourne chamada Mr.Crowley (maravilhosa, diga-se de passagem) ou sem saber tenha se deparado com sua filosofia de vida em músicas escritas por Raul Seixas como A Lei e Sociedade Alternativa, por exemplo.

O que quero dizer é que ser ateu não torna eu e Mujica pessoas melhores, mas também não nos torna monstros como as pessoas dizem que somos. Não acreditamos em um ser divino não por ser do contra, mas sim, porque não entra em nossas cabeças que ajudar o próximo só é válido para benefício próprio em uma outra vida. Não vamos a igreja, mas costumamos ir a obras sociais, não ignoramos cachorros de rua, todos são lindos e merecem carinho, não deixamos para depois o que podemos fazer hoje, sabe por que? Para nós, não existe outra vida depois desta, então sentimos e aproveitamos cada dia, cada pessoa. Tomamos cuidado com o que dizemos a quem gostamos e não fazemos questão de ser bonzinhos com quem não merece. 
Somos desprendidos de justificativas para nossa falta de capacidade de muitas vezes compreender e respeitar o próximo. Entendemos que o amor não depende de gênero, entendemos também que não devemos fazer com os outros aquilo que não queremos que seja feito conosco, que não devemos pegar o que não é nosso e que não existem vítimas da sociedade que merecem misericórdia e sim aquele que usa sua situação para se superar e aquele que prefere culpar os outros por sua má indole.

Quantas pessoas passam fome, sofrem com diversas dificuldades e nunca roubaram? Exemplos de superação são muitos, no Brasil temos de Silvio Santos, ex-camelô atual empresário do ramo de comunicações, a Milton Santos, ex-miserável nordestino que é até hoje um dos maiores geólogos do mundo, tendo sido professor de grandes universidades no mundo.

Por pensarmos assim somos da política: aqui se faz, aqui se paga. Já que não cremos em outra vida, não tem porque esperar um julgamento que nunca virá, mas devemos lembrar que o que importa é a justiça, então, somos contra aquele primeiro julgamento das coisas, afinal, é este tal julgamento que nos exclui da sociedade. Todos são responsáveis por seus atos, sejam admiráveis ou não.

Ser ateu não presta? Então, eu oficialmente não presto para esta sociedade. 

Viva a sociedade alternativa!

Muitos heróis vestem capas, o meu, governa o Uruguai! Leia um pouco mais sobre José Mujica, presidente do Uruguai:

José Alberto Mujica Cordano, conhecido popularmente como Pepe Mujica (Montevidéu,20 de maio de 1935), é um agricultor e políticouruguaio, atual presidente da República Oriental do Uruguai eleito em 29 de novembro de 2009 .
Já foi deputado, ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca e, durante a juventude, militou em atividades de guerrilha, como membro doMovimento de Libertação Nacional-Tupamaros. Saiba mais clicando aqui.

Você também pode clicar nos nomes sublinhados para saber mais sobre Crowley, Silvio, Milton e ouvir as músicas do Ozzy e do Raul. 

Lembrando que: este blog é pessoal, assim como qualquer pessoa tem direito de pregar sua religião eu também tenho direito de expor meus pensamentos, crenças e não crenças.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Adivinha quem é?






Tem vestido vermelho, é dentuça, gordinha, a primeira vez que ouviram falar dela foi na década de 60, muito brava e tem um amigo que fala errado.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O homem de língua presa





O tal homem de língua presa falava de novo na televisão, um sorriso cativante e uma proximidade como se estivesse ali, falando com você e tomando um pingado no copo de bar. 

Ah, lembro dos
 dias em que acordava antes do sol nascer, colocava o velho uniforme, botas de bico de aço e acenava do portão da casinha velha para a Teresa. Ela com um olhar cansado, a vida de dona de casa e doméstica não era o que eu queria quando pedi sua mão. Ela saía de Santo André todos os dias, logo depois de mim, e ia trabalhar longe longe na zona sul de São Paulo, lavar roupa dos ricões donos da bufunfa. 

Eu ia boa parte do caminho a pé e depois pegava o ônibus, cada gota de suor 
eu vi valer a pena quando vi o júnior pegar o diploma de administração. Meu garoto, sempre viu o sacrifício que fazemos para que a vida dele fosse bem melhor do que a nossa. Os anos voaram e quanta esperança. 


O homem da língua presa sempre falou igual a mim, dizia o que ficava preso na garanta de um pobre operário que só sabia mexer em máquinas e mesmo assim, com o pouco estudo que tive, formei meu filho. Esse povo acha que somos brucutus que não sabem falar, não leem, não conhecem poesia. Eu conheço sim. Só não conheço mais esse homem de língua presa. Ele costumava ser igual a mim, agora é só decepção. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Quanto vale sua vida?




Cinthya com certeza valia muito mais do que os R$30,00 reais que estavam em sua conta corrente, talvez, a falta de dinheiro fosse em decorrência da caridade da dentista. Uma mulher que ajudava a todos, ela simplesmente ajudava as pessoas e a única ajuda que poderíamos oferecer à ela, depois que o pior já aconteceu, a justiça, não vai acontecer.

Mais uma vez nos deparamos com um crime terrível, uma mulher que perdeu a vida de forma trágica, dolorosa e sem motivo algum. E então vem a pergunta: Até quando aguentaremos este tipo de situação? Será que você que está lendo este texto agora só irá fazer alguma coisa quando for com um ente querido seu? É realmente uma pena ver que cada dia que passa a situação fica pior e nós não fazemos nada.

O crime se tornou banal.

Eu não gosto de política. Político "é tudo igual". Isso nunca vai mudar.

As coisas não mudam porque nós não mudamos. É óbvio mas parece difícil de ser entendido pelas pessoas. A justiça é utópica em um país que grita aos quatro ventos que é o PAÍS DO FUTURO e na jamais será o país do presente.

Se não fosse a Copa e as Olimpíadas será que as favelas do Rio de Janeiro seriam pacificadas? Tampar o sol com a peneira parece uma especialidade da nação que tem como identidade o "jeitinho brasileiro". Muita gente odiando as pessoas por conta da sexualidade e pouca gente se importante com inocentes morrendo nas ruas, em suas próprias casas ou no trabalho.

Onde está todo dinheiro que pagamos nos impostos? Para recolher o imposto de renda o sistema é maravilhoso! Para cuidar das pessoas, da saúde, da segurança... nada.
Outra dentista já havia sido vítima dos mesmos monstros que tomaram a vida de Cinthya e isso só mostra que a impunidade, a deficiência nas leis faz com que os crimes aconteçam de novo e de novo.

Ontem fiquei mais de duas horas para ser atendida no hospital. Eu não conseguia ficar em pé, mas tem sempre um espertinho que quer atestado, que está bem, conversando, rindo e passa na sua frente. Revoltante.

Mais revoltante é o médico mal olhar para você e tratá-lo como um objeto, como se fosse uma obrigação atendê-lo, como se ele não recebesse o salário que recebe. Senti como se não valesse nada. Senti como se pouco importasse se a falta de cuidado ao me examinar poderia me prejudicar futuramente. Eu poderia ter algo mais grave, mas eu não saberia até estar pior e até mesmo incurável. Seriam os médicos negligentes também assassinos?

Em um mundo onde tudo tem um preço, onde o capitalismo selvagem nos engole com seus códigos de barras, que ao mesmo tempo dá oportunidade de crescimento não contém a ganância puramente humana. Chegou a hora de mudarmos as leis e exorcizarmos os monstros.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Feliciano, o infeliz




Feliciano, que terrível engano esse teu sobrenome! Mas que contradição enorme!

Hoje descobri que tenho pena de Marco Feliciano. E antes que me apedrejem e digam-me que traí o meu povo brasileiro eu me explico.

Imaginem o fardo de um homem infeliz cujo o sobrenome positivista o persegue? Imaginem um homem tão infeliz consigo que tenha que perseguir outras pessoas que ele julga inferiores à ele gratuitamente, em nome de um ideal que nem assim pode ser chamado. Um homem que não se aceita, que é racista mas tem pais negros, que é homofóbico mas que aquele cabelo alisado e aquela sobrancelha milimetricamente bem feita não enganam ninguém.

Entendam, Marco Feliciano persegue a si mesmo. É óbvio que ele não se aceita e por isso decidiu tornar-se tal monstro que devora a si próprio num ato confuso que nem ele mesmo consegue sustentar. Se já não fosse estranho o preconceito em um país miscigenado como o nosso, onde a formação da população é basicamente de índios, portugueses e africanos ou então atos homofóbicos no país da Parada Gay! Como se já não houvesse tanta gente louca e intolerante neste mundo! Este homem continua a semear o ódio... E o pior é pensar que ele é apenas mais uma das contradições de presidência neste brasilzão.

Como não ter pena de um homem que é caça mas se veste de caçador?
Um homem que fala em nome de "Deus", como tantos outros já fizeram, para justificar suas ignorâncias primitivas.

Cada dia que passa os ataques deste homem estão ficando ainda mais sem sentido.

Feliciano, pare de se enganar!

Convoco todos os homossexuais a libertarem-se. Andem de mãos dadas sim! Beijem-se sim! Coloquem em seu status no Facebook com quem tem um relacionamento sério. Não se escondam do mundo! O respeito serve para os héteros, para os homossexuais, para todos.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pra não dizer que não falei da Copa




Antes de virar a "casaca" Geraldo Vandré já dizia "Quem sabe faz a hora não espera acontecer". Mais uma vez, o povo brasileiro esperou pelo óbvio. Me recordo de postagens em redes sociais que afirmavam que as obras da Copa do Mundo de 2014 aqui no Brasil seriam lentas e que atrasariam para que licenças e concessões fossem dadas sem a devida análise e que os gastos seriam acima do previsto.

TODOS se lembram disso, pode ter certeza. Todos compartilharam por algumas semanas e logo após, um mar de homofóbicos, religiosos e impunes do mensalão tirou a atenção deste evento que está tão próximo. São causas tão nobres quanto, mas é triste imaginar que não temos capacidade de pensar em mais de uma coisa ao mesmo tempo.

É triste também pensar que todos nós previmos o que aconteceria e esperamos só para dizer "eu bem que avisei". Não houve nenhuma manifestação, nenhuma fiscalização, ninguém, pra variar, moveu um dedo sequer para acompanhar de perto o processo de realização pré-Copa.

Além de gastar bilhões em obras mal feitas ainda temos um estádio sendo construído para um time (PRIVADO) com dinheiro público. Muito felizes devem estar os contribuintes são paulinos, palmeirenses, santistas e por aí vai. Mas este é o menor dos problemas.

Tem alguém neste meio todo que muito me surpreendeu até agora. O senhor Deputado Federal Romário. Em seu site (http://www.romario.org/), o ex-jogador indaga várias vezes a falta de informação quanto aos gastos já realizados na Copa do Mundo até agora. Ele ainda nos indica números que mostram que os valores ultrapassaram 250% do previsto só na construção de estádios.

Realizei várias pesquisas (no Google, quem não?) sobre essa liberação de dinheiro louca que está acontecendo e o resultado foi ZERO! Fiquei sem reação. Se o nosso amigo de todas as horas não conseguiu localizar, como um cidadão chega a essas informações de forma fácil? Por favor não me digam que meus colegas continuam preocupados com "bombas de celebridades" ao invés do nosso dinheiro indo pelo ralo!

Aah, os carnavais, Rock In Rio´s, jogos de futebol e tantas outras distrações que nos impedem de fazer algo. Estive conversando com meu namorado a respeito, Milton Diniz, chegamos a conclusão de que a população tem conhecimento das coisas que se passam, todos sabem, compartilham nas redes sociais, mas esta nova forma de ativismo permite o comodismo sem culpa. O cidadão "bota a boca no trombone" mas não corre atrás. Ele "compartilha", "curte" e sente-se engajado nas questões que afligem a humanidade ou o povo brasileiro em específico sem a culpa de na realidade estar acomodado como sempre.

A população sabe, mostra que sabe, mas não age. Pois enquanto não afetar o individual não vale a pena levantar os glúteos do sofá. Só os gays lutam pela igualdade entre os sexos, só os negros lutam contra o preconceito e etc. Aquelas pessoas que não estão inclusas em tais grupos não se manifestam mesmo que concordem que devemos ser tratados com igualdade porque não as afeta diretamente.

Recentemente minha mãe, Yara Oliveira, contou para mim o relato da cantora Angela RoRo que foi agredida por policiais por ser lésbica, isso faz tanto tempo mas é tão presente ainda. Saber o quanto ela foi agredida fisicamente e moralmente me deixou revoltada e vi mais uma vez que vale a pena ajudar meus amigos homossexuais. Não me afeta diretamente, mas sou um ser humano e tenho sentimentos para com todos, pena os que pensam ao contrário.

Saindo das minorias e voltando às redes que ainda não balançaram mas já estão causando discórdia, afirmo que nos falta capacidade de entender que somos cidadãos, que pertencemos a este país e que ele nos pertence. Que o hino não é uma música que tocam antes dos jogos e sim o canto de uma nação. Que o nosso dinheiro alimenta uma rede de corrupção, que não somos vítimas e sim os principais responsáveis pela falência moral deste país.


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Por um outro jornalismo



O jornalista de hoje não sabe o poder que tem. Não sabe, muitas vezes, que não é somente um transmissor de fatos e sim, um formador de opinião. Isto pode ser percebido pelo grande número de revistas, colunas, sites, programas de "entretenimento", que tratam apenas de mexericos, fofocas, prosopopeias flácidas para acalentar bovinos. Sim, estou me referindo às "bombas" que você não pode dormir sem saber, como por exemplo: Mulher Melancia sai de shortinho pelo Leblon ou ator global passeia com cachorro na Barra.

Será que estamos perdidos? Afinal, qual a finalidade da informação senão transformar-se em conhecimento? E que conhecimento é este que estamos buscando com tais notícias? Será que o jornalista de fato sabe seu papel?

Ao que tudo indica, não.

Foi-se o tempo em que o jornalista era um intelectual, antenado nas principais notícias, conhecedor de economia, história, política e tudo aquilo que na escola tentaram nos ensinar de forma esdrúxula. Não glorifico os meus colegas de trabalho mais antigos, mas os atuais estão deixando a desejar. A primeira coisa que pensam quando digo que serei jornalista é: Ah, imagino você no Jornal Nacional!
E aí vai algo que pode surpreender muita gente: eu não quero ser âncora de telejornal, não quero ser repórter, não quero segurar um microfone da Globo e correr atrás de políticos para fazer-lhes perguntas óbvias.

Quero despertar o senso crítico, quero que a leitura seja um hábito dos brasileiros, quero um povo que sabe sobre seu próprio país e que vista nossa camisa independente de Copa do Mundo. E espero não apostar minhas fichas numa utopia.

Cansa ligar a televisão e ver tanta gente se preocupando com o próximo fazendeiro. Tudo bem, é normal gostarmos de algo assim, com conteúdo menos intelectual, acontece que chega ser exagerado!

Mas nem tudo esta perdido! Pois, ainda assim, com os olhos semiabertos, fadigados e meu corpo sendo levado de encontro ao abraço convidativo de Morfeu, resisto ao tentador sono e presto atenção em cada palavras de Arnaldo Jabor, este que é um responsável direito por aquilo que eu chamo de minha paixão pelo jornalismo. Sim, ele está na Globo e procuro abstrair-me de possíveis teorias de manipulação, afinal, não podemos considerar tudo o que vem de lá uma afronta a inteligência humana.

Assim como o médico faz um juramento ao assumir sua responsabilidade de cuidar da saúde das pessoas, o jornalista deve fazer o mesmo. Deve zelar pela população, pela verdade, deve instigar e investigar, não deve aceitar qualquer resposta, deve ser perspicaz, deve sair do senso-comum e acima de tudo não deve se corromper.

Enfim, acredito que o meu futuro papel como jornalista é levar a verdade, a dúvida (e por que não também a resposta?), resgatar a paixão, sentimento este perdido em meio à banalização de qualquer coisa neste mundo. Quero elevar a voz do povo e dizer aquilo que às vezes fica enroscado na garganta, nem que me cause rouquidão "crônica" e seja possível apenas sibilar as palavras uma a uma para cada pessoa. Aceito todos os riscos que cercam minha decisão e sei que vivemos em uma ditadura não declarada. Sei também que idealizar um outro jornalismo, assim como Milton Santos fez a respeito da globalização, é necessário para uma releitura a respeito daquilo que chamamos de jornalismo, para que possamos colher os frutos de uma nova geração.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Vitor Hugo e um triste começo para um blog







Vitor Hugo tinha sonhos. Assim como eu. Cursava Comunicação Social, assim como eu. Morava em um dos primeiros bairros da Zona Leste, aqui do lado, o Belém, assim como eu. 
Vitor Hugo poderia ser brilhante, isso jamais saberemos, jamais o veremos brilhar sem ser no céu. 
Vitor Hugo, teve um triste fim, como tantos outros que trabalham duro, estudam, que passam o dia inteiro na rua batalhando para ser alguém HONESTAMENTE. Ele tinha 19 anos e sabe-se lá o que ele poderia fazer com a vida dele. Sabe-se lá quantos filhos teria, quantos amores viveria, quantos lugares visitaria, em quantas empresas trabalharia, quantos diplomas um dia teria... JAMAIS saberemos.
Sabem por quê?
Um dia, um rapaz de 17 anos, considerado menor de idade e não responsável por seus atos, resolveu ganhar dinheiro. Mas ao contrário de Vitor, ele não queria trabalhar, acordar cedo, estudar. Pra quê? Vitor fazia isso, certo? Por que não segui-lo do metrô até sua casa, tomar-lhe o celular, aparelho tão cobiçado, e antes mesmo de deixá-lo tirar a mochila, sem reação alguma, sem resistência, porque afinal, Vitor Hugo trabalhava e com certeza compraria tudo de novo, antes de receber por algo que não trabalhou, este jovem, "criança" para legislação, atirou sem piedade em Vitor, tirando-lhe a vida, os sonhos, as oportunidades de errar, acertar, de ser feliz.
Vitor Hugo não foi o primeiro, infelizmente não será o último. Vários outros guerreiros anônimos ainda morrerão nas mãos da impunidade, da ganância... À família de Vitor Hugo, meus sentimentos. A repetição de seu nome é inevitável, porque quero que sintam a individualidade deste caso, porque estamos acostumados a ver crimes como este, nos tornamos insensíveis, assim como o assassino de Vitor. Porque todos nós matamos Vitor Hugo, com o nosso silêncio, nossa omissão, nossa falta de capacidade de mudar nosso próprio país.