Bom, eu
precisava de algumas informações, liguei para um tal de Milton. A conversa foi
meio confusa porque tudo o que eu tinha ouvido falar dele era: ele é bravo e
trabalha no planejamento.
Confusa
porque ele me deu parabéns pela minha promoção (que já tinha acontecido há uns
3 meses), ele foi muito gentil e eu levei um tempo para conseguir o que
precisava. Achei simpático, desliguei e logo precisei de outra informação,
honestamente, estava cheia de trabalho e resolvi mandar um e-mail, nada contra,
só não podia alongar a conversa. Ele me respondeu rapidamente o que eu queria e
desejamos bom trabalho um ao outro.
Um tempo
depois, lembro de estar cansada esperando dona Fernanda na porta da empresa e resolvi
seguir caminho sentido São Joaquim, talvez ela já tivesse ido embora, vai saber…
Mas sempre que dava alguns passos (bem apressados se me lembro bem) olhava para
trás e me deparei com um SER tirando sarro da minha cara, provavelmente
pensando: essa menina deve ter TOC. Virei irritada (só que não) para me
justificar e dizer que não era louca e ali se desenrolou uma enorme conversa
sobre livros e Paulo Coelho, ah, a Fernanda chegou, mas eu não dei muita bola.
Hahahahaha.
Várias
vezes eu precisei da ajuda deste tal de Milton e acabamos conversando, mostrando
como podemos ser muito engraçados ou muito inconformados com o mundo em que
vivemos, que uma garotinha marota como eu também ouvia Led Zepelin e que eu
tenho péssima memória para guardar nomes de música. O que rendeu muitas piadas.
Muita risada, gostos em comum, viramos então melhores amigos, confidentes,
compatilhávamos nossos problemas, ajudávamos um ao outro, nos zoávamos muito,
ouvíamos música, falávamos sobre história e política, nos impressionávamos com a
semelhança de pensamentos, enfim, ali nascia uma amizade que eu nunca tive
antes.
O primeiro
almoço, ali estava dona Janaina Magalhães, que não quis mais almoçar com a
gente porque se sentia por fora dos assuntos. A gente se dava tão bem por
e-mail, mas pessoalmente era um fiasco. E a gente ria disso. Um dia, não sei
como, não me lembro exatamente o momento, mas a janelinha subiu com o nome dele
e meu coração disparou, a respirção mudou, só lembro de ter percebido o que
estava acontecendo e pensando: NÃO PODE SER!!!!!
Bom, daí
pra frente tentei negar milhÕes de vezes que não estava afim do meu melhor
amigo, enlouqueci, emagrecia sabe-se lá quantos quilos (foram muitos, muitos
mesmo). Eu disfarçando era péssimo, minhas amigas percebendo o que estava
acontecendo… Aiai… e pela primeira vez eu detestei sair de férias.
Mas mesmo
assim íamos almoçar juntos e eu pensando em tudo que era possível para voltar
ao estado de melhor amigo. Não dava. Ele era perfeito. E agora? Eu prometi para
mim mesma e jurei para minha mãe que me deu vários puxões de orelha que me
afastaria dele, minhas férias terminaram e só ficava pior. Abri meu e-mail e vi
um lindo arquivo de Excel cheio de macros me desejando boas vindas e falando
sobre como estava com saudade. Derreti de vez. Naquele dia nem sei quantas nauseas
eu tive, quantos quase infartos eu tive, quantos PARA O MUNDO QUE EU QUERO
DESCER eu disse, só sei que a caminho de uma prova da faculdade super difícil eu ganhei o melhor
presente da minha vida.
Hoje, ele é
muito mais que meu melhor amigo e namorado. Cada dia que passa percebemos que
não há outra pessoa que nos complete, que somos feitos um para o outro e que
foi feito para durar para sempre.
Temos dado grandes passos, tomado grandes
decisões. E tudo o que desejo é que ele seja muito feliz e sei que farei de
tudo para que ele seja a pessoa mais feliz desse mundo. Sei que o amo muito e
que ficaremos velhinhos juntos. Sei que sou muito grata por tê-lo em minha vida
e que o aniversário pode ser dele, mas o presente sou eu quem ganho todos os
dias. Em pensar que tudo começou com: Você sabe se essa operadora está vindo
trabalhar?
Desejo
muitos anos de vida, muitas felicidades e realizações e que eu possa estar ao
seu lado sempre.
Te amo
muito, Milton.